Estamos vivendo, atualmente, uma das crises mais importantes em nosso mundo, que é a ameaça do Coronavírus, acrescida da ameaça de uma crise econômica resultante do isolamento social e da redução abrupta e significativa dos processos de produção e consumo.

Há muitas informações, alertas na mídia e posições na literatura acerca dos riscos e possíveis consequências físicas e econômicas, porém uma área importante da vida das pessoas ainda tem sido pouco abordada: como a endemia e o isolamento afeta ou afetará a saúde mental das pessoas.

Alguns estudos já tem apontado para os efeitos emocionais, com consequências físicas e psíquicas, do confinamento e isolamento social, além das ameaças à integridade dos indivíduos adultos: medo, ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), suicídios, bem como problemas gástricos, respiratórios, insônia, irritabilidade, agressividade, alterações de humor, etc.

Há indícios de um acréscimo importante no índice de doenças mentais que acometerão a população mundial durante e após o período de crise endêmica, gerado tanto pelos medos, inseguranças e incertezas no cenário da saúde quanto pelas questões econômicas.

Como sairemos dessa situação? Quantos mortos? Quanto desemprego? Que dificuldades financeiras, de sobrevivência? Haverá crise no mundo? E a violência, aumentará? Esses questionamentos colocam em xeque a ilusão de segurança e geram ansiedade.

Da mesma forma que essas questões permanecem nas mentes dos adultos, quero hoje convidar você a refletir sobre o que se passa no psiquismo e emoções de uma criança e como as emoções negativas podem ter efeito a longo prazo, até a vida adulta de uma criança, especialmente pelo fato de sabermos a importância do ambiente (familiar, em especial) na sensação segurança, amor e proteção e seu impacto no desenvolvimento emocional infantil.

Numa situação de crise, como a que estamos vivendo, uma criança absorve todas as ameaças desse ambiente. Nesse sentido, um ambiente que revela preocupação, agressividade, ansiedade, desespero, incerteza, irritação, impaciência, pode trazer consequências ao emocional infantil que muitas vezes não nos atentamos. Mas quais seriam os sinais que uma criança pode revelar a nós, adultos, de que existe uma sensação de insegurança? Como podemos auxiliar de alguma forma, amenizando ou evitando tais sintomas e até que se instale uma doença mental?

Em primeiro lugar, os sintomas que podem revelar conflitos emocionais infantis são: sensação de estar aprisionada, incertezas presentes e futuras (com pessoas que ama, consigo mesmas), tédio, irritabilidade, alterações de humor, dores, raiva, frustração e dúvidas, ansiedade, angústia, choro mais frequente, pesadelos, insônia, aumento das birras, regressões (por exemplo, a criança que sugava o dedo retorna a esse hábito), redução da concentração em atividades escolares, falta ou aumento do apetite, retração social, alterações cognitivas (esquecimentos e distrações), entre outros, podem revelar as faltas que a criança está vivenciando, quais sejam: falta de controle, falta de liberdade e falta de conexão.

Para identificar nas crianças alguns desses sintomas, é importante que os pais estejam atentos e decidam agir rapidamente, nutrindo-as emocionalmente e favorecendo exatamente que essas faltas sejam preenchidas com presença, confiança, segurança, tranquilidade, cuidado, amor.

O Método Goulding – SleepTalk para crianças, é um método de promoção do desenvolvimento emocional infantil que também auxilia os pais na redução desses efeitos negativos, seja no momento que vivemos, seja no dia a dia das famílias. O objetivo do método é favorecer a confiança, autoestima, autoimagem positiva, segurança e resiliência emocional, ferramentas essenciais para que a criança se torne um adulto equilibrado e seguro. Entre em contato para conhecer mais!

 

Dra. Cristiane Gomes, IBCLC

#prolactare #infância #emoçõesinfantis #psiquismoinfantil #psicanálise